domingo, 17 de junho de 2012

Onde estás? que ainda te vejo...

Hoje, ou melhor, outra vez hoje, me lembro e recordo vivamente enquanto lágrimas contornam os poros do meu rosto inundando o meu sorriso só de pensar que me possas estar a ver na mesma! É duro, dói-me, saber  que durmo no mesmo sítio onde muitas vezes te vi dormir, onde muitas vezes acariciei a tua pele macia com os beijos mais sinceros que alguma vez o calor dos meus sentimentos teve coragem de dar! Estas quatro paredes que ofuscam todos estes rancores que trago da vida que perdi e, com ela fui inevitavelmente,    lutam comigo todos os dias à espera que pela janela entre o que hoje apenas é saudade! É demasiadamente irreal dizer que apenas queria ver-te uma única vez mais? Dizer que se te voltasse a ver não de deixaria partir sozinha?.... Tenho o corpo cansado e o coração ferido, e apenas pedras colhi na paisagem transparente em que tu não apareces. E apesar desta revolta, sei que quando me visitas e apareces na janela do tempo, a paisagem do nosso olhar incendeia num vespertino silêncio. Vou seguir em frente sim, mas não perdoarei nunca que alguém me limpe as lágrimas que derramo enquanto me lembro de ti, porque essas, essas são ainda um pouquinho do que posso tocar em mim e que te pertencem. Não tenho vergonha de dizer que já olhei o céu para tentar ver-te, que já saltei bem alto para tentar tocar-te, que já adormeci pedindo a Deus para sonhar contigo! Não colocarei nunca uma foto tua em qualquer sítio onde eu passe, isso seria dizer que precisaria de algo para te lembrar. Hoje sigo, sigo mais maduro, mais frio, cada vez mais sem espaço para quem não entender o sentimento das palavras que solto, e caminharei lado a lado com que amo,  escolhendo o meu caminho mas nunca largando mãos do destino. Foste tu, fiquei eu e saudade, amanha irei eu e caminharei contigo lá em cima!

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